sábado, 31 de outubro de 2009

OFICINA DA PALAVRA ESCRITA II

UFBA – Universidade Federal da Bahia
Programa de Formação Continuada de Professores do Município de Irecê
Curso de Licenciatura em Pedagogia / Séries Iniciais – III Turma 2009
Professoras:Paula …..e Lícia Beltrão
Alunas - Eletícia Pereira Campos Cleidinéia Souza Oliveira


DESAFIO: UM GÊNERO E MUITAS IDÉIAS NA CABEÇA



GÊNERO: POEMA


PÁSSARO LIVRE

Vivo presa em mim,
Aprisiono todo meu ser entre paredes imaginárias,
Sou escrava do meu modelo ideal de vida,
Mas falta-me vida para idealizar tal modelo.
Como e a comida é de papel,
Bebo e o vinho não me embriaga,
e nem me conforta,
Só me mantém aprisionada.
Faz bastante tempo que perde o sentido. Será real ou possível?
Nada me completa quando estou sem você.
Nunca tive você!

CLARICE LISPECTOR


PROPOSTAS DE ESTRATÉGICAS PEDAGÓGICAS:



Com este gênero é possível trabalhar com várias propostas, como por exemplo, a estrutura do poema (versos, tipos de versos, estrofes, metrificação, ritmo, rima,ortografia, morfologia,sintaxe e função da linguagem). Além destes, também é muito interessante o trabalho com as informações intrínsecas e extrínsecas, dentro da interpretação.

SÉRIE: 6º.ano



ALGUNS EXEMPLOS:


VERSIFICAÇÃO:

O poema é composto de apenas uma estrofe e onze versos; não há a estrutura de rimas, nem tampouco há preocupação com metrificação, sendo portanto classificado como versos livres; há um repertório bastante amplo no campo da ortografia, morfologia, dentre outros. De forma contextualizada, podemos trabalhar a função linguística da escrita, como a identificação de verbos, substantivos, artigos..., acentuação, concordância, regência, as funções da linguagem, como as emotivas, as referenciais e apelativas, metalinguísticas..., também é uma ótima oportunidade para se trabalhar as linguagens figurativas. No texto é possível perceber metáforas, sinestesia e paradoxo.

OUTRAS PROPOSTAS:

Além do estudo da língua, o poema é um eficaz recurso no estudo interpretativo das informações intertextuais e extratextuais. No teatro é possível trabalhar com fantoches, sarau, com a interpretação do próprio texto na entonação (voz), na declamação. Possibilita a releitura narrativa a parti de diversos mecanismos.
Com a distribuição de cópias do texto é possível trabalhar a estrutura do mesmo, bem como todos os exemplos já citados no inicio.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

RESENHA DO FILME: CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS

UFBA – Universidade Federal da Bahia
Programa de Formação Continuada de Professores do Município de Irecê
Curso de Licenciatura em Pedagogia / Séries Iniciais – III Turma 2009
Professoras:Rosane Vieira
Aluna - Eletícia Pereira Campos


Título Original: Cinema, Aspirinas e Urubus
Gênero: Drama
Duração: 90 min.
Ano: Brasil - 2005
Direção: Marcelo Gomes
Roteiro: Marcelo Gomes, Paulo Caldas e Karim Aïnouz

O filme aborda fatos sócio-culturais de um Brasil atrasado, em plena década de quarenta, onde o mundo vivia a agonia da Segunda Guerra Mundial. Sertão pernambucano, lugar de excessiva pobreza, povo sofrido e inocente de alma. Johan(Peter Kenath),um alemão radicado no Brasil, atravessa o país vendendo aspirinas, medicamento de patente alemã. Para persuadir as pessoas Brasil afora, este conta com a magia do cinema. A propaganda é apresentada de forma rápida, porém funciona como uma compensação milagrosa que os ajudará a aliviar as tensões da vida “dura” e ingrata do sertão. São Paulo e Rio de Janeiro, cidades lindas, cheias de gente “diferente”, estudada e modernizada, são referências primordiais dessa conquista de marketing. Com a promessa de que “ao tomar aspirina nunca mais sua vida será a mesma”, o produto é vendido indiscriminadamente.

O filme se desenrola de uma forma crítica e envolvente. Johan (Peter Kenath), se depara com Ranupho (João Miguel), no meio da estrada árida pernambucana. Desse encontro ocasional nasce uma relação de amizade não tão íntima, mas que permitirá uma troca significativa de experiências de vida. Johan ver o Brasil como um lugar de paz e de pouca ganância .Aqui, estará livre da ameaça da guerra. Ranupho , ver o sertão nordestino como sinônimo de desgraça e desgosto. Rodando estrada adentro, os dois personagens se divergem em suas opiniões; juntos, procuram formas de aliviar suas tensões emocionais em meio às insatisfações que lhes perturbam: mulheres e bebida são apresentados no filme em meio a situações engraçadas e envolventes, até que de maneira inesperada Johan recebe uma carta informando que este deveria imediatamente deixar de vender aspirinas no Brasil . A partir daí Johan precisa decidir sua vida. Que decisão tomar diante do inesperado? De uma coisa é certa, não voltaria ao seu país nas condições desumanas em que se encontrava a Alemanha.
Cinema, aspirinas e urubus é um ótimo filme para professores a partir da sétima série, pois o mesmo aborda fatores importantes do nosso Brasil atrasado da década de quarenta, como a inocência do povo nordestino, mesmo diante de tantas dificuldades sociais. O filme também mostra reflexos sócio-econômicos vividos durante a Segunda Guerra Mundial, como a necessidade de pessoas para a produção da borracha no norte do país e o que isso repercutiu na vida do povo do nordeste. Tudo isso dentro de uma linguagem cinematográfica simples, no entanto, envolta por uma beleza única, reunindo o som natural do ambiente da caatinga, da singularidade do povo nordestino e pela impressionante e bela tonalidade luz do cenário do nordeste.