domingo, 3 de maio de 2009

AS HISTÓRIAS DE VIDA COMO PRÁTICA DE FORMAÇÃO

Quando vivenciamos nossas histórias de vida nos registros de formação estamos aí reconstruindo nossa identidade de forma reflexiva e mediadora da nossa própria prática. Segundo Thompson, 1998:
“Recordar a própria vida é fundamental para nosso sentimento de identidade; continuar lidando com essas lembranças pode fortalecer ou recapturar a autoconfiança”.
O registro por si só não constitui reflexão. O ato de escrever requer um exercício investigador das intenções que ficam nas entrelinhas do que escrevemos. Como afirma (TEBEROSKY, 1996, p.23):

Quando a mensagem não é somente um meio, mas assume a qualidade de um objeto, quando os usuários não só interpretam ou repetem a mensagem, mas também a produzem ou a contemplam, então o ato de escrever assume novas funções. Estas não são funções exteriores, voltadas para o mundo, mas sim interiores: escrever e escrita melhoram, e o produtor da escrita se vê afetado por seus próprios produtos.


Nesta perspectiva, a escrita constrói não só histórías de vida, mas histórias capazes de impulsionar o sujeito a sua auto-evolução.
Vejo a construção do Memorial como “peça principal” da minha Formação. Através dele acredito que terei uma trilha a percorrer, Esses caminhos não são necessariamente lineares. Nas idas e vindas das minhas lembranças posso perceber, identificar, reconstruir e ressignificar minha postura como ser protagonista da minha história, assim como posso também refletir o meu eu - professora a partir do que fui no papel do eu - filha, aluna, ou simplesmente como criança inserida em minha comunidade local. Como diz (SEVERINO, 2001: 175):

O Memorial constitui, pois, uma autobiografia configurando-se como uma narrativa simultaneamente histórica e reflexiva. Deve então ser composto sob a forma de um relato histórico, analítico e critico, que dê conta dos fatos e acontecimentos que constituíram a trajetória acadêmico-profissional de seu autor, de tal modo que o leitor possa ter uma informação completa e precisa do itinerário percorrido (SEVERINO, 2001: 175)


Escrever nossas memórias nos remete ir além do que redigimos. Ao escrever, exercitamos nossa capacidade de nos reconstruir, reinterpretar e refazer nossas histórias pessoais. Vivenciando a experiência da análise do eu numa perspectiva de fatos passados também nos compreendemos como sujeitos coletivos inseridos e atuantes na sociedade.
Toda e qualquer lembrança que para nós tem certo grau de importância, onde através dela podemos traçar trajetórias reflexivas em conexão com a nossa prática é bem vinda na construção de um Memorial. Lembrar o passado ao mesmo tempo em que refletimos o presente é a maior prova do auto-crescimento profissional e acadêmico.
Ao relatar experiências e fatos vividos, relaboramos novos sentimentos e sensações. Uma história de vida na perspectiva de memorial deve ser pautada em torno do real e do imaginário. Do real porque é de nós que estamos falando; logo, somos seres reais imbuídos de convicções que nos identificam e do imaginário pela idealização das experiências que passamos ao longo da vida, conforme nos afirma (Bosi, Ecléa, 1979):

A experiência, ao contrário da vivência, é refletida, pensada, e pode-se tornar algo consciente que construirá uma nova identidade, ou seja, um outro jeito de olharmos e pensarmos o mundo. Para ilustrar, seria possível dizer que é como olhar a vida através de um “retrovisor”, dando a chance de enxergar determinadas dimensões de nossa vida e refletir criticamente sobre o significado delas em nossa trajetória, tendo como vantagem o distanciamento temporal.


Esse texto faz parte de um trabalho apresentado à Prof. Márcea Sales, em 2008.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Software Livre: Um Novo Olhar

Durante as entrevistas, percebi que o Software Livre em Irecê está tomando proporções significativas no campo da informação, conhecimento e democratização do saber. Ainda não é um conhecimento elaborado, que englobe toda uma política do que realmente seja o Software Livre, mas percebe-se já opiniões formadas a respeito do assunto. Todos os entrevistados perceberam vantagens no S. L, mas o que me chamou atenção é que nenhum deles ( pelo menos nos que pude estar junto ) pontuou a verdadeira política do Software Livre, que é justamente a democratização do saber, pois este é, em sua essência, um software realmente dinâmico, onde o acesso ao seu código fonte é a prova real da sinergia cooperativa aqui formada. É a busca de uma nova postura no campo da tecnologia: A “desmonopolização” do direito de saber e do saber.
Professora Responsável: Bonilla