quinta-feira, 22 de outubro de 2009

RESENHA DO FILME: CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS

UFBA – Universidade Federal da Bahia
Programa de Formação Continuada de Professores do Município de Irecê
Curso de Licenciatura em Pedagogia / Séries Iniciais – III Turma 2009
Professoras:Rosane Vieira
Aluna - Eletícia Pereira Campos


Título Original: Cinema, Aspirinas e Urubus
Gênero: Drama
Duração: 90 min.
Ano: Brasil - 2005
Direção: Marcelo Gomes
Roteiro: Marcelo Gomes, Paulo Caldas e Karim Aïnouz

O filme aborda fatos sócio-culturais de um Brasil atrasado, em plena década de quarenta, onde o mundo vivia a agonia da Segunda Guerra Mundial. Sertão pernambucano, lugar de excessiva pobreza, povo sofrido e inocente de alma. Johan(Peter Kenath),um alemão radicado no Brasil, atravessa o país vendendo aspirinas, medicamento de patente alemã. Para persuadir as pessoas Brasil afora, este conta com a magia do cinema. A propaganda é apresentada de forma rápida, porém funciona como uma compensação milagrosa que os ajudará a aliviar as tensões da vida “dura” e ingrata do sertão. São Paulo e Rio de Janeiro, cidades lindas, cheias de gente “diferente”, estudada e modernizada, são referências primordiais dessa conquista de marketing. Com a promessa de que “ao tomar aspirina nunca mais sua vida será a mesma”, o produto é vendido indiscriminadamente.

O filme se desenrola de uma forma crítica e envolvente. Johan (Peter Kenath), se depara com Ranupho (João Miguel), no meio da estrada árida pernambucana. Desse encontro ocasional nasce uma relação de amizade não tão íntima, mas que permitirá uma troca significativa de experiências de vida. Johan ver o Brasil como um lugar de paz e de pouca ganância .Aqui, estará livre da ameaça da guerra. Ranupho , ver o sertão nordestino como sinônimo de desgraça e desgosto. Rodando estrada adentro, os dois personagens se divergem em suas opiniões; juntos, procuram formas de aliviar suas tensões emocionais em meio às insatisfações que lhes perturbam: mulheres e bebida são apresentados no filme em meio a situações engraçadas e envolventes, até que de maneira inesperada Johan recebe uma carta informando que este deveria imediatamente deixar de vender aspirinas no Brasil . A partir daí Johan precisa decidir sua vida. Que decisão tomar diante do inesperado? De uma coisa é certa, não voltaria ao seu país nas condições desumanas em que se encontrava a Alemanha.
Cinema, aspirinas e urubus é um ótimo filme para professores a partir da sétima série, pois o mesmo aborda fatores importantes do nosso Brasil atrasado da década de quarenta, como a inocência do povo nordestino, mesmo diante de tantas dificuldades sociais. O filme também mostra reflexos sócio-econômicos vividos durante a Segunda Guerra Mundial, como a necessidade de pessoas para a produção da borracha no norte do país e o que isso repercutiu na vida do povo do nordeste. Tudo isso dentro de uma linguagem cinematográfica simples, no entanto, envolta por uma beleza única, reunindo o som natural do ambiente da caatinga, da singularidade do povo nordestino e pela impressionante e bela tonalidade luz do cenário do nordeste.

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