quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Programa de Formação Continuada de Professores do Município de Irecê
Curso de Licenciatura em Pedagogia /Séries Iniciais /Ciclo I Turma II
Professora - Márcea Sales
Aluna - Eletícia P. Campos


Discutir a prática pedagógica atual do professor vem sendo um dos assuntos de grande relevância no campo acadêmico, principalmente nas áreas de licenciaturas.
Acredita-se que os saberes da docência – estes que norteiam muitas vezes o nosso comportamento, a nossa identidade, quanto profissionais - é que definem a nossa postura como professores ativos ou não do processo de ensino-aprendizagem. Nesta perspectiva, ( nós professores), somos o resultado do que nos passaram; de como, através destes, percebemos a vida ou simplesmente entendemos como as coisas funcionam.
Nesse mesmo raciocínio, TOMAZ et al (1996) afirmam esse elo de dependências existenciais entre aluno/professor, professor/aluno. O sujeito, na condição de discípulo(aluno), tende a interiorizar as concepções do mestre, sua forma de ver o mundo, de repassar as informações, de maneira que estas sejam indutivamente reconhecidas na construção dos conhecimentos. É o que eles chamam de “transmissão cultural”, ou seja, temos a tendência a reproduzir o ensino que recebemos dos nossos professores. Segundo os autores, essa crítica à fragmentação dos saberes na formação dos professores deve-se ao fato de que por muito tempo reproduzimos uma cultura equivocada de aprendizagem, onde esta fora construída, num panorama escasso de reflexão, de criticidade, de formação do eu -sujeito pensador e autor do meu próprio conhecimento, inserido no mundo real de possibilidades e impossibilidades. É o que PORLÁN et al (opus cit.) defendem, quando sugerem uma formação para os professores, onde estes possam construir um novo conhecimento profissional baseado na investigação crítica , dando suporte a uma nova aprendizagem metodológica: a da experimentação, fundamentadas em teorias que promovam mudanças inovadoras e reais e que, principalmente venham fazer a diferença na vida dos nossos alunos.
Em meio a toda essa lacuna na Educação atual, ainda nos deparamos com as imensas dificuldades por que passam os educadores. A escola abriu as portas para todos. A sociedade é nitidamente dinâmica e a escola faz parte disso tudo; por isso nos deparamos com uma imensa gama de” problemas a resolver”.O professor ver-se impotente mediante às demandas que a sociedade lhe impõe. Sem um norte maior, este percebe-se frágil e só, na busca constante de soluções que possam satisfazer às exigências atuais.
SCHON (1990), NÓVOA (1992) e ZEICHNER (1993) reforçam a idéia de que o professor deve fazer sua própria história de vida. Refletir sobre ela. Reconstruí-la constantemente. Pensar sua prática de forma a ressignificar suas experiências, resgatando suas memórias, adaptando-as às novas demandas, comparando-as, na tentativa de compreender os significados já construídos, a sua postura quanto educador, investigador, motivador das aprendizagens. Só assim, o professor irá realmente construir sua própria identidade do “eu - educador”, do “eu - profissional ”.
É pertinente enfatizar a importância de uma nova política pedagógica nos cursos de formação para professores: àquela que lhes dê a oportunidade de reflexão intensa sobre sua prática no papel de sujeito aprendente como também no de sujeito formador de opiniões.
O professor se auto-compreendendo, com certeza, compreenderá também os conflitos que lhe cercam,estará mais preparado para superar seus anseios e inseguranças diante das constatações de suas reflexões. Estará assim, contribuindo no processo de formação de alunos pensantes, investigadores, dotados não só de informações, mas de conhecimentos.

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